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Querer e Gostar

  • AHFragomeni
  • 29 de jan. de 2015
  • 2 min de leitura

Querer e gostar são verbos a que prestamos pouca de nossa verdadeira atenção durante a vida, embora a gente esteja constantemente querendo coisas, muito preocupados em gostar e apreciar a vida.

Porém o que acontece na prática é nos enredarmos em atividades rotineiras, uma após a outra, de tal forma esquecidos da profundidade dos significados, que parece que nem vivemos.

Quando o dia termina, a pessoa acha que o perdeu, que não fez o que queria, nem reparou que vivia. Ou tudo passou depressa demais. Assim voam as semanas, os meses, e vem o fim de ano. Então nos prometemos que no ano que vem faremos coisas realmente significativas.

E assim vai. No entanto, o pior é de repente nos descobrirmos envelhecendo, perguntando o que fizemos de nossa vida, do nosso tempo, nossos recursos e oportunidades.

Não apenas deixamos para amanhã coisas importantes, como gastamos todas as horas do dia, supostamente, preocupados ou super-ocupados com atividades desconexas e urgências burocráticas, sem prazer.

Geralmente nos desgastamos vivendo sem planejamento e sem objetivo. Corremos, nos estafamos, sempre sem tempo para nada. E o ritmo cada vez mais acelerado dos tempos atuais, da era das informações instantâneas e das comunicações contínuas, nos leva em frente como um forte vento nas velas de um barco se leme. Como diz Drummond: “Para onde José, para onde?”...

Como nos sentimos todos, praticamente todos, nesta roda- viva?

Somos desovados pelo tempo e pela intensidade da vida comum, que nos absorve como uma esponja sempre pronta a puxar nossa atenção, desviando-as do que seria realmente importante. É comum à noite, na hora de dormir, exaustos e algo decepcionados, fazermos rápidos planos para o dia seguinte, para o futuro. Nessa hora que nos obriga a parar, ideias antes abafadas vêm à tona e temos rápidos vislumbres do que realmente desejamos da vida. Mas então o cansaço e o sono vencem. Dormimos o sono dos justos e dos atrasados Talvez então, nos sonhos, vivamos mais intensamente do que na vigília.

Dia seguinte, quem acorda é outro: não aquele que à noite tomou tantas decisões, mas aquele mesmo ser comum e atarefado de sempre. Recomeça o círculo vicioso.

Nem sempre tudo é assim ininterruptamente. Mas escrevo para lembrar-me que é.

Se não estiver assim é porque me deixei levar pelo vento. Preciso apenas relaxar, decantar e cair no fundo de mim mesma. Lá está a verdade.

Tenho dois receios paralelos. Um é de minha vida acabar antes de eu fazer tudo que quero. Bem possível. Mas, se eu acabar, como reclamar?

O outro receio é demorar tanto a morrer que as novidades vão acabar. Mas acho que sempre as poderei encontrar.

Receios infundados....

 
 
 

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