top of page

Curvas


Nas dobras de um lençol amigo onde dormi, vi curvas convidativas que me falavam de delícias.

Vi essas curvas pelo vidro do carro, quando corríamos na estrada entre florestas e montes. Curvas que se movem sem parar, no caleidoscópio suave e delirante da vida real.

Vejo-as no pão que parto com a mão, na manteiga e na geleia. Curvas, cores e reflexos no mel.

Ao movimento do olhar, as cores se misturam mal, umas sobre as outras, lutando para sobressair. A luz e a sombra também, aos nossos olhos disputam uma impossível soberania.

Meu espelho de aumento, quando quero ver melhor, deforma as formas e cria perspectivas irreais não menos belas que as originais.

Nas plantas, principalmente nas flores, vejo a dança de seu crescimento, invisível ao nosso sentido de tempo. Mas se vem um vento, é harmonia pura o seu dançar. Em suas formas naturalmente curvas, vejo a inteligência da vida procurando o alimento, procurando a luz.

Enfim, procuram um relacionamento estável com seu derredor. Cada torcida de caule, cada dobradura de folha ou concavidade de pétala obedecem à lei da luta sadia pelo direito à existência.

Quantas sementes nunca chegam a brotar para que apenas algumas ocupem espaço tão preponderante em nossas vidas! Sim, dependemos delas, não só do oxigênio que purificam, de seu perfume e do alimento que nos proporcionam.

Dependemos de sua incrível influência positiva pela visão de sua imagem estranha, que supera qualquer fractal ou algoritmo humano e nos transmite subliminar e infalivelmente as coisas divinas da Criação.

Que fria seria uma casa sem plantas!

Por Trás do Blog
Procurar por Tags
Siga "O QUE VAI PELO MUNDO"
  • Facebook Basic Black
  • Twitter Basic Black
  • Google+ Basic Black
bottom of page