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O Estado da Arte


Na sala de espera do médico, encontrei uma revista popular de arte. Que sorte a minha, pensei! Já que nao trouxe um livro, vou ter com que me distrair bem.

Folheando-a, fique muito espantada com o "geral" da situação.

As primeiras muitas páginas eram dedicadas à gastronomia. No entanto, primavam pelos nomes difíceis e empombados dos pratos, pelo exibicionismo. Apesar das fotos lindas, não dá para apreciar a comida pela imagem. Ficamos na imaginação. Ok, davam dicas.

Continuei a procurar.

Agora se falava de música. Também não se pode apreciar música pela revista. Ok, davam dicas.

Agora se falava de teatro. Caberiam fotos, mas haviam poucas, quase nenhuma.

E eu ali, procurando pela arte...

E a literatura, me perguntei? E as gravuras?

De escrito, achei uma entrevista a uma livreira.

Nem uma poesia — aliás, poesia, o que é isso? Nem uma crônica. Nem ao menos uma mera citação ou trecho roubado a uma romance, a uma filosofia... Quando num veículo escrito são as artes literárias que mais diretamente se podem expor e apreciar em sua realidade.

Nem uma imagem de desenho, design, pintura, escultura, arquitetura ou mesmo de dança. Esqueceram completamente todas as artes gráficas e visuais — numa revista de arte, veículo de imagem e texto.

Por Trás do Blog
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